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Fotografi> Proyek Arkeologi Suci

​ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO EM 2017

Me chamo Kenia, mesmo nome do país africano. Nasci em Minas Gerais no início dos anos 70 e quando criança mudamos para Brasília. Aos 11 anos sonhava em ser arqueóloga. Estudei magistério e os ventos do Norte me conduziram por diversos caminhos até o momento de escrever este texto do qual você é leitor. Sou formada em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB) e me especializei nas áreas das artes gráficas e da fotografia. Ao longo de mais de vinte anos de profissão, tive duas agências de comunicação com tônicas diferentes. A primeira, KRT Comunicação em 1994, foi focada em comunicação empresarial. Depois, em 2000, constitui a Kenia & Associados Ateliê de Criação, agência que atendeu essencialmente clientes da área governamental, entre eles o Governo Federal do Brasil, a Comunidade Solidária, a Receita Federal, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) e a  American Chamber of Commerce (Amcham Brasil).

Desde o início no novo milênio, minha equipe e eu tivemos o privilégio de atender às demandas de publicação do governo brasileiro relacionadas à internet. Entre os principais trabalhos realizados por nós destaco a programação visual de lançamento do governo eletrônico brasileiro (e-gov) e de suas ações de inclusão digital. Também trabalhamos na editoração de cartilhas sobre segurança da informação e sobre o Comprasnet. Neste mesmo período fui editora e diretora de arte da Revista da Sociedade Digital (RSD).

Em 2003, ano de transição do governo no Brasil, encerrei as atividades da minha agência de comunicação para viver uma experiência diferente. A convite de trabalho, embarquei para Chapada dos Guimarães no Mato Grosso. Encantada com o lugar e inspirada pelo projeto de inclusão digital que trabalhei como diretora de arte - o ComUnidade Brasil - resolvi me estabelecer no vilarejo e por lá abrir um espaço destinado à internet. Após algumas semanas de muito trabalho, abri as portas do charmoso Kboo Cyber Club na praça central, de frente para igrejinha da cidade. O cyber acabou virando ponto de encontro das personalidades do local e conheci muita gente interessante que tenho como amigos até hoje. Vivi nove meses em Chapada dos Guimarães. Foi um verdadeiro período de gestação em que pude conhecer a natureza em seu aspecto mais sublime. Foi revolucionário. Costumo dizer que a estadia em Chapada dos Guimarães proporcionou o meu primeiro renascimento consciente.

Voltei para Brasília em 2004 a convite do secretário-geral da Confederação Nacional de Municípios (CNM) para assumir a direção de arte da instituição, função que exerci durante quatro anos. Neste mesmo período comecei a desenvolver um projeto pessoal na área da fotografia que receberia posteriormente o nome de Arqueologia do Sagrado

 

Em 2007, tomei a difícil decisão de deixar o escritório de comunicação da CNM para me dedicar exclusivamente à fotografia. Minha primeira ação foi então a de aprender a criar um site na internet a fim de comunicar minha nova vereda. Segui confiante e os contratos foram surgindo. Entre as principais reportagens fotográficas que realizei, destaco a missão empreendida em municípios brasileiros a fim de ilustrar suas respectivas cartilhas de plano diretor elaboradas e publicadas pela CNM. Na área de espetáculos fui fotógrafa oficial da turnê de Alanis Morissette em Brasília, de Julio Iglesias, do Circo Nacional da China e dos shows de encerramento da carreira da dupla Sandy e Junior (Bsb e Goiânia). Animada com a cartela de clientes, montei um estúdio de fotografia na Asa Norte.

 

Sempre tive uma inclinação pelas religiões, as mitologias, os símbolos e as antigas civilizações. Assim, em 2009, matriculei-me na Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília, onde concluí um curso sobre o Antigo e o Novo Testamento. Foi uma época paradoxal e de muita reflexão com desfecho inusitado. Finalizei as atividades do meu estúdio de fotografia, me inscrevi num curso de filosofia à maneira clássica e fui morar no "mato". De novo em contato com a natureza conheci e pratiquei princípios de uma nova descoberta: a permacultura e a agrofloresta. Foram três anos de muito aprendizado e também de silêncio. Meu vínculo com a cidade passou a ser um escritório compartilhado com alguns bons amigos, no estilo coworking. Neste período fotografei eventos e conferências em diversas cidades brasileiras. Também pratiquei a fotografia social e o retrato.

Em 2010, fui contratada pelo PNUD e pela CNM para uma missão de reportagem fotográfica que consistia em documentar a realidade de quatro municípios brasileiros eleitos segundo critérios bem específicos para integrar o projeto CapaCidades. As fotografias integram o banco de imagens do PNUD e ilustram anualmente algumas de suas campanhas. Neste mesmo ano atuei como professora-substituta na FACITEC das disciplinas de Informática Aplicada à Comunicação, de Fotojornalismo e de Fotopublicidade. A convite do setor cultural do Consulado-Geral do Brasil na Cidade do Cabo, na África do Sul, realizei exposição fotográfica comemorativa aos 55 anos de Brasília. 

Voltei para UnB em 2010/11 onde concluí pós-graduação em História do Cristianismo Antigo. Este estudo foi crucial para uma série fotográfica que eu faria em Israel e na Palestina algum tempo depois.

Em 2012, fundei o SCRIPTORIUM, uma empresa que tem em seu portfólio de clientes, instituições que trabalham essencialmente com o desenvolvimento humano. Desde então já atendi demandas de publicação para o Instituto Igarapé, Oxfam, BRICS, SaferWorld, Programa Felicidade Interna Bruta (FIB), Nova Acrópole, Universidade de Brasília (UnB), Nikê Consultoria, Associação Brasileira de Universidades Comunitárias (ABRUC) e o Quaker United Nations Office.

 

Paralelamente continuei a fotografar e, sobretudo, alavancar o projeto de fotografias Arqueologia do Sagrado realizando exposições em Brasília e em outros estados brasileiros. Em 2013, a exposição Egito: Arqueologia do Sagrado reuniu 120 fotografias no Instituto Seraphis em Brasília. Neste mesmo ano, participei do curso street photography no International Center of Photographie (ICP) em Nova Iorque, o que me provocou novas, profundas e decisivas reflexões sobre o meu desejo de aliar fotografia e arqueologia.

Em viagem à Paris, no ano de 2014, tomei conhecimento do curso de "Arqueologia e História da Arte" na Universidade de Sorbonne. Decidi então abrir a minha caixinha de sonhos e tirar este aí lá de dentro. Voltei para o Brasil decidida e em seis meses mudei toda minha vida para poder voltar à França e postular uma vaga na universidade. Três meses antes de embarcar para Paris, recebi um proposta da Universidade de Brasília (UnB) para fotografar os sítios arqueológicos próximos à capital. As fotos seriam destinadas a uma exposição cultural para a inauguração do primeiro museu arqueológico do Distrito Federal. Como tenho habilidade em artes gráficas, acabei sendo também a designer destes painéis. Três dias após a inauguração do museu e da exposição embarquei para a França. Na ocasião, meu vocabulário em francês se limitava apenas à bonjour e merci.

Hoje, em 2017, estou no terceiro ano de uma Licence (graduação) em Arqueologia pela Universidade de Sorbonne em Paris. Meu projeto será o de desenvolver estudos sobre o patrimônio arqueológico do planalto central brasileiro, particularmente sobre os sítios arqueológicos próximos à Brasília como a Pedra do Bisnau. Em termos de escavação arqueológica, participei de campanhas realizadas em sítio ibero-romano na Espanha e em canteiros do período neolítico e de antiguidade tardia na França. Daqui a três dias começarei a trabalhar no departamento de comunicação do Museu de História Natural de Paris. Mais uma vez fotografia, editoração e arqueologia convergem e se abraçam no meu livro da vida.

 

Escrever este texto foi como realizar um escavação arqueológica no meu sítio de memórias. O tesouro que eu encontrei é valioso e brilha como ouro: é a certeza de que quando seguimos a nossa estrela, cada um de nossos passos - às vezes curtos, ora morosos e sujeitos a tropeços - nos conduzem onde está o nosso coração. A ampulheta de tempo é um fator importante, mas não maior do que a espada da vontade.

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